Estamos enfrentando uma época diferente e única. Na verdade é uma grande oportunidade para as famílias estreitarem os laços e criarem vínculos. Grande parte dos pais estão em casa e podem ver de perto como é o dia a dia dos filhos na escola e como ocorre o aprendizado. E assim, podemos dizer que os pais estão tendo uma oportunidade de conhecer melhor os filhos e vice e versa.

Em um primeiro momento, foi difícil se acostumar com a nova rotina e com a casa cheia. Depois houve uma acomodação e muitos estão gostando dessa nova rotina, preferindo até trabalhar de casa. Neste contexto, ajudar os filhos a estudarem à distância e em casa virou uma necessidade e, até mesmo, para muitos pais, uma surpresa boa.

Porém, daqui a pouco será a hora de voltar para a escola. Muito embora ainda não tenhamos certeza de quando e de como isso vai ocorrer, o que sabemos é que mais cedo ou mais tarde estaremos novamente em período de adaptação com nossos filhos. Até porque, a escola que eles deixaram em março, não será “a mesma”que vai recebê-los daqui em diante. Muitas mudanças vão acontecer e, dentre elas, as crianças não terão tanto contato umas com as outras, nem na hora de brincar, além de terem que fazer procedimentos de higiene várias vezes ao dia. 

E, assim, é claro, além do caráter pragmático da volta, será preciso também pensar  em como ajudar nosso filhos emocionalmente para esse retorno. Afinal, tanto adultos como as crianças estão ansiosos, mas muitas vezes, também, frustrados ou cansados. Enfim muitas emoções ao mesmo tempo.

Desta forma, uma boa maneira das famílias lidarem com esse momento é criarem um “Canto de Faz de Conta” em casa. Neste canto, usando materiais e imaginação, as crianças e os adultos podem vivenciar e experimentar várias situações que estão acontecendo durante a quarentena e que poderão ocorrer na volta às aulas. Nele,  todos vão aprender a colocar as emoções de uma maneira apropriada. E a idéia é que seja um espaço muito inclusivo, onde todos possam brincar não importa a idade ou desenvolvimento. Até avós, tios e tias podem participar. 

Pegue uma caixa bem grande e coloque roupas velhas, bonecas de várias etnias, chapéus, talheres de plástico, pratos de plástico, animais, panelas, revistas, jornais, vassoura, espanador, panos, etc. Utilize todo o material que tiver em casa que poderá proporcionar boas experiências.  Arrume um canto na sua casa e durante 40 minutos ou 1 hora por dia brinque com a caixa. Este canto desenvolve várias habilidades que vão ajudar o seu filho como: habilidades físicas e motoras (psicomotricidade fina e grossa, discriminação e coordenação visual), habilidades sociais e emocionais (meios para expressar sentimentos, noções de sociedade e individualidade, promove cooperação, trabalho em grupo, cria regras e ajuda na resolução de conflitos), habilidades de linguagem (desenvolve vocabulário e conversação), habilidades intelectuais (desenvolve a criatividade, imaginação e pensamento abstrato). Deixe o seu filho liderar a brincadeira e participe com algumas perguntas: Como vamos brincar? Onde estamos? Como posso ajudar? 

Neste contexto, é possível também que você simule com ele como será a volta às aulas presenciais, considerando as novas regras de segurança sanitária. Vocês podem colocar as máscaras para brincadeira, por exemplo, e você explicar e simular a distância dos colegas, fazendo uso os brinquedos. Também podem brincar simulando a hora do recreio e ajudando seu filho a compreender, na medida do possível, a importância das novas normas.

 Este é um momento único, mas que vai passar. Acredito que todos pais e filhos vão sair mais fortes ao final desta história, encontrando forças e beleza nas nossas vulnerabilidades. 

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