Ser pai ou mãe é uma das tarefas mais difíceis, afinal se tornam necessárias muita atenção e inúmeras tomadas de decisões que têm impactos direto na vida dos nossos filhos. Muitas vezes precisamos ajudá-los, por exemplo, a desenvolverem certas habilidades que nós mesmos, enquanto pais, temos dificuldade em lidar. Uma delas é a autoconfiança. Essa habilidade pode ajudar nossos filhos a saberem os próprios limites e entenderem suas qualidades e suas fraquezas. Ela também vai dar a desenvolver neles a segurança necessária e impulsioná-los na hora de enfrentarem novos desafios.

A autoconfiança, porém, é diferente da arrogância. A arrogância é quando existe uma atitude de quem se sente superior atribuindo um direito ou poder a si próprio. Na autoconfiança, entretanto, existe a segurança do próprio conhecimento.

A partir do momento que a criança conhece os próprios limites ela pode lidar melhor com os desafios, com os próprios sentimentos e ter maior resiliência. Isso, internamente, a ajuda a ter uma atitude do “eu consigo”, ao invés de “eu mereço”

Nós, já adultos, sabemos que para conseguir vencer um desafio são necessárias várias tentativas e algumas frustrações no meio do caminho para que seja possível um aprendizado. Sempre que conseguimos superar um desafio teremos outros. Faz parte da vida.

Os pais podem ajudar reconhecendo os sentimentos envolvidos: frustração, raiva e medo de não conseguir algo, por exemplo, e deixá-lo ciente de que, a depender da complexidade do que quer realizar, somente após várias tentativas é que ele terá sucesso. Mas, importante: não tente resolver no lugar dele. Um incentivo para que o filho não desista, por exemplo, é introduzir a frase “ainda não” e mostrar a ele o caminho percorrido e dos desafios superados até aquela etapa. 

Um bom exemplo é quando o filho está começando a amarrar o tênis e tem de tentar várias vezes até conseguir.  É uma atividade que exige muita coordenação motora e amadurecimento neurológico. O filho pode pensar em desistir e pedir que o pai ou mãe o faça. É nessa hora que pode ocorrer a intervenção com frases como “Posso ver como você já tentou várias vezes”, “É muito difícil. Tenho certeza de que você ainda vai conseguir”. Depois pode introduzir o “Você ainda não consegue. Mas veja estes desenhos: repare como você desenhava e como você desenha hoje”, “Vamos fazer o seguinte: hoje eu começo e você termina”. 

Nós pais também podemos mostrar como sempre somos desafios no trabalho ou na vida pessoal e contar histórias a respeito. Falar por exemplo sobre uma receita nova, que, para dar certo, foi tentada várias vezes tentada, ou sobre o quanto foi difícil instalar aquele novo programa do computador podem ajudar as crianças a perceberem que os desafios fazem parte da vida de todos, inclusive dos adultos. 

Neste sentido, é muito importante que a criança sinta que os desafios e obstáculos, embora não acabem, se modificam com a idade e com as responsabilidades. E o que os torna menos pesados ao longo do tempo é o aumento da nossa segurança e autoconfiança em conseguir superá-los. E, nesse caminho, as frustrações são necessárias e fazem parte do nosso desenvolvimento. 

Autor(a)

Escrever um comentário