É muito importante para uma criança e para os adultos atingirem os objetivos com independência. E, claro, pode ser frustrante quando isso não acontece, muito embora seja parte natural do desenvolvimento esperar por essa independência. Quando uma criança começa a andar,  por exemplo, normalmente primeiro engatinha e depois começa, aos poucos, a ficar em pé e só depois passa a arriscar seus primeiros passos. E essa jornada tem o apoio dos pais e/ou cuidadores para que o pequeno persista, através de palavras ou de olhares de incentivo. 

Vivemos em uma sociedade imediatista e uma frustração pode significar desistir. E é justamente a persistência que vai ajudar a criança a tentar novamente de uma outra maneira.  E depois de algumas tentativas, na maior parte dos casos, ela terá sucesso. 

Aí vem a importância da frase “ainda não”. Ou seja, uma forma de sinalizar à criança de que ela ainda não está pronta para aquela atividade, mas que poderá em algum tempo, estar. 

Esse é um bom jeito de mudar um pensamento negativo para algo construtivo. Assim a criança entenderá que tudo vem a seu tempo e que para muitas conquistas, a jornada é o ponto alta. Em outras palavras, o “ainda não” muda o foco para o aprendizado. 

Com esse tipo de postura, estamos ensinando a eles a habilidade da persistência, que faz com que a criança continue a tentar sem desistir no primeiro obstáculo.  A persistência ajuda a controlar a frustração e a superar obstáculos, além de auxiliar no processo de superação.   

Uma maneira de ilustrar esse processo para a criança é fazer uma lista do que ela consegue e mostrar quais obstáculos ela já superou para chegar aonde está. Em outras palavras, mostrar o quanto ela já sabe. Uma criança de 3 anos, por exemplo, normalmente já consegue reconhecer o próprio nome, consegue montar quebra-cabeças com poucas peças e participa de histórias pensando em vários finais. Mas, por outro lado, normalmente tem outras tarefas que ela “ainda não” consegue, como escrever, ler ou fazer contas.

Os pais podem ajudar a desenvolver os projetos com as crianças, a partir de perguntas como: “Como você fez? ”, ”Me conte mais sobre esse projeto”, “No que eu posso ajudar? ”, “Olhe como podemos fazer de outra maneira”. Tudo isso exige uma concentração grande e uma vontade de resolver.  Auxilie quando necessário sem pular etapas ou tentar resolver tudo pela criança. Ou seja, deixe a criança tentar sozinha e esteja por perto. 

Sempre que a criança disser “Eu não consigo” e demonstrar frustração, diga “Você “ainda não” consegue, mas conseguirá em breve! Eu posso te ajudar a chegar lá!”. Mude o pensamento negativo sobre ela mesma para algo positivo. Com certeza, essa criança vai se sentir mais segura e chegará à vida adulta com a certeza de que não podemos desistir na primeira tentativa. Afinal, agora já adultos sabemos que sucesso chega às vezes depois de várias tentativas.      

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