Quando a criança nasce, ela entra em contato com os vários sons que existem no  ambiente ao seu redor, tais como as vozes dos familiares e cuidadores, além dos sons da própria casa, da rua, da escola e das lojas. É uma avalanche de novos sons que a criança gosta e que, aos poucos, começa a interagir, com algumas vocalizações. 

Essas vocalizações que chamamos de balbucio ficam mais frequentes aos 8 meses. É nesta fase que a criança começa a brincar com os sons, tanto em uma tentativa de começar a se comunicar com o mundo, como também com ela mesma, de forma a sentir o próprio som. É uma descoberta incrível para os pequenos e torna-se uma brincadeira entre elas e os adultos. 

Para incentivar e ajudar a criança nesse processo, o ideal é que os adultos conversem com elas, apontando e nomeando objetos, contando histórias e cantando músicas de letras fáceis, fazendo com que elas sintam em comunicação e conexão com a família. Com o tempo, ela vai começar a formar palavras e sentenças mais complexas. E esteja atento, pois mesmo não tendo conhecimento de todo o vocabulário, ela percebe as intenções e emoções nas palavras. É por isso, que reage com choro ao ouvir brigas e discussões.. 

A partir dos dois anos, a expressão oral fica mais evidente. Neste momento, eles já conseguem formar frases maiores e passam a se expressar mais próximo da forma  como aprendem com os pais e cuidadores. Um tempo depois, é normal que ela comece a contar acontecimentos usando verbos em tempos gramaticais errados como por exemplo: “Amanhã eu fui na casa da vovó”.  Quando isso acontecer, você pode mostrar para ela a forma correta de dizer, mas sem broncas ou ironias. Oferecendo toda a paciência e orientação para que se sinta acolhida e em processo de aprendizado.

 

Importância do balbucio

Tendo em vista que a linguagem oral é um dos meios de comunicação mais usados para nos expressar, o balbucio é fundamental por ser o primeiro momento de interação com o mundo. E é importante destacar também que, sempre a linguagem oral vem acompanhada pela linguagem não oral. A criança sente que está se comunicando quando balbucia, por isso indico que os pais interajam com elas nesses momentos, pois quando ouvem, contam uma história ou conversam estão dando significado à comunicação.

Mas, como ocorre o desenvolvimento oral de uma criança bilíngue? Da mesma maneira! Neste caso, a criança tem como língua materna uma língua diferente da língua do ambiente em que vive e chega à escola somente com a língua materna. É natural e esperado que criança tenha um repertório maior na língua materna, até porque irá balbuciar nessa língua.  

Mas aprenderá uma segunda língua com facilidade. Aos 2 anos ela poderá se expressar com as duas línguas na mesma frase, o que não quer dizer que não entendeu ou que não aprendeu a segunda língua. Apenas significa que, naquele momento, ela está mais confortável misturando as duas línguas ou somente usando a língua materna. E está tudo bem.Com o tempo, ela vai compreender e aprender a separá-las. 

A linguagem oral pode criar vínculos familiares muito profundos, através de conversas e histórias que são passadas de gerações a gerações. Por isso, é muito importante estimulá-la e fazer com que a curiosidade e a capacidade mental da criança a ajudem a ampliar seu repertório de fala, de escuta e de interpretação do mundo.

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