A pandemia fez com que todos nós ficássemos em casa e como consequência a socialização pessoal migrou para a socialização virtual. As redes sociais ajudaram a nos manter conectados. Mas interagir pessoalmente é muito diferente e exige algumas habilidades que ficaram relegadas a segundo plano. Descobrimos um mundo virtual, que, até então, pouco conhecíamos.   

As crianças durante muito tempo estão afastadas do convívio diário com outras crianças. Perderam algumas oportunidades de trocar ideias, de brincar pessoalmente, de dividir brinquedos, desenvolver a própria identidade e habilidades sócio emocionais importantes.

A partir dos 2 anos as crianças começam a notar a presença das outras e a fazer tentativas de aproximação para interagir. Com 3 anos as crianças começam a interagir de forma menos tímida e propõem brincadeiras. Uma interação mais intencional para testar os relacionamentos. Com a interação, a criança começa a perceber como o próprio comportamento afeta as outras pessoas e quais são as principais consequências. 

Com as aulas e os contatos online houve uma perda neste sentido da interação. Mas, vale dizer que, tanto as crianças como os adultos são muito resilientes e, assim, capazes de fazer essa situação ser revertida. Se por um lado os pais tiveram a oportunidade de conhecer melhor os filhos, entender o desenvolvimento e o trabalho da escola. Por outro lado, chegou a hora de voltar a conviver. As aulas estão voltando a serem presenciais e, neste cenário, muitas crianças poderão apresentar alguma dificuldade para voltar a rotina escolar.

Com a chegada do verão as atividades poderão ser ao ar livre.  Os pais podem ajudar as crianças a recuperar as amizades através de encontros com outras crianças em praças ou parques.  Podem organizar piqueniques com jogos e brinquedos. Aos poucos a rotina escolar poderá ser incorporada a rotina de casa. Inclua a criança nas tarefas de casa como: limpar o próprio quarto, ajudar a colocar a mesa, refeições familiares em um mesmo horário. Conte histórias com temas sobre a escola e como interagir com outras crianças.  

Pensa nesse momento como um recomeço, mas de uma maneira diferente. Não esquecendo de tudo que aprendemos durante a pandemia, mas abertos a novas relações. Comece aos poucos com a rotina e as atividades em grupo. Algumas crianças poderão apresentar uma resistência maior para sair de casa e conviver com outras. Que tenhamos paciência e sabedoria para acolher esse momento e para encontrar formas saudáveis e propositivas de lidar com ele.            

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