No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) negou recentemente o pedido do Instituto Butantan, que tinha solicitado a inclusão de crianças e adolescentes de 3 a 17 anos na bula da Coronavac. Os diretores  da agência requisitaram o envio de dados recentes sobre o desempenho da vacina para esse público. Por sua vez, o instituto se comprometeu a entregar o quanto antes as informações exigidas pela Anvisa.

Atualmente, a China tem utilizado o imunizante Coronavac em crianças a partir de 3 anos. O país resolveu iniciar a imunização das crianças com base em estudos de fase 1 e 2, publicados em junho na revista The Lancet, que indicam segurança em administrar a dose aos baixinhos. De acordo com os cientistas, os testes apresentaram uma forte resposta imunológica em 96% dos participantes.

Em território brasileiro, por enquanto a Pfizer é a única autorizada a vacinar adolescentes a partir de 12 anos. A Janssen, de dose única, já recebeu sinalização positiva para iniciar os estudos em menores de idade no país. Além do Brasil, a vacinação de adolescentes a partir de 12 anos já está ocorrendo nos Estados Unidos, Canadá, Israel, França, Itália, Dubai e Chile.      

Mas, afinal, é realmente seguro a vacinação das crianças?

O que a Anvisa pediu ao Butantan é que sejam apresentados os estudos da fase 3 da aplicação do imunizante em crianças. Esse processo da pesquisa é mais abrangente e mais específico, e tem o objetivo de avaliar a eficácia da vacina para este público.

“A vacina é segura e o papel do pediatra é estimular a vacinação. Estudos demonstraram que a resposta imunológica em crianças é mais robusta do que em adultos, ou seja, as crianças têm uma produção maior de anticorpos, o sistema imunológico da criança responde bem às vacinas de forma geral”, explica a pediatra Renata Sejas.

Apesar de a população pediátrica ser menos acometida pelo novo vírus e, geralmente, apresentar uma melhor evolução quando contaminadas, a médica lembra ainda que crianças com sobrepeso, obesidade e diabetes têm um maior risco de complicações para covid-19. “As crianças acometidas podem ter complicações como síndrome inflamatória sistêmica, que é uma complicação grave. As complicações têm uma prevalência maior em crianças com comorbidades, e a obesidade é a principal delas”, pontua.

De acordo com Renata, entre as crianças, a faixa etária mais acometida e de 7 anos, com uma discreta predominância no sexo masculino. Por isso, quando for aprovada pela Anvisa, a médica pediátrica ressalta a importância de levar os pequenos para receberem as doses do imunizante. “Diante disso, é muito importante a vacinação, quando se trata de prevenção e a vida do seu filho. Se ele for o único acometido da sua cidade e for a óbito por uma complicação, não pensaríamos duas vezes no desejo da prevenção”, destaca. 


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