Cientistas do mundo inteiro já sabem que o coronavírus provoca menos sintomas e, normalmente, gera menos doenças graves nas crianças. Pesquisadores das Universidade de Friburgo, na Suíça, e da Universidade de Melbourne, na Austrália, analisaram dados chineses coletados no último mês de fevereiro e mostraram que nenhuma criança, até o momento, foi vítima fatal do Covid-19.
Entretanto, apesar de serem menos afetados, os baixinhos são vetores de propagação do coronavírus. Esse é um dos motivos que levou a França a decretar o fechamento de todas as escolas. E o Brasil segue a mesma medida. Com o avanço do coronavírus no país, escolas públicas e particulares do Estado de São Paulo planejaram, a partir do dia 16 de março, a suspensão das aulas por tempo indeterminado.
A paralisação deve ocorrer até o dia 23, de maneira gradual, para que as instituições de ensino e as famílias tenham tempo para se preparar, tanto pedagogicamente quanto onde deixar as crianças durante esse período. A interrupção das aulas foi anunciada pelo governador de São Paulo, João Doria, na sexta-feira, dia 13 de março.
“Tendo em vista a necessidade de evitar aglomerações e reduzir o volume do transporte público para prevenir a disseminação do coronavírus e assim evitar sobrecarga dos sistemas de saúde, todas as escolas do estado de São Paulo terão as atividades gradualmente suspensas a partir do dia 16 de março, até a suspensão completa no dia 23 de março”, traz a nota divulgada pela Secretaria Estadual da Educação de São Paulo. De acordo com o órgão, os estudantes que não comparecerem à escola no período de 13 a 20 do mês de março terão as faltas abonadas.
O (Sieesp) Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo ressaltou que a paralisação das aulas também ocorrerá em todas as unidades de ensino básica da rede privada.
“O que os gestores de escolas estão discutindo é se as escolas particulares vão parar apenas no dia 23 ou ao longo desta semana, até para os professores se organizarem e mandarem atividades em casa. A questão que a gente precisa saber para tomar essa decisão é se esses dias de suspensão das aulas presenciais vão ser contados como antecipação das férias ou vão ser contados como dias letivos?”, indaga a diretora pedagógica Fernanda Nyari, da escola Kinder Kampus School, localizada na capital paulista.
Segunda Fernanda, a resposta para essa questão é que irá direcionar a decisão a ser tomada. “Se for considerado antecipação de férias, teoricamente não precisa enviar conteúdo para casa. Se for contado como dias letivos, precisa mandar conteúdo e a gente precisa de um tempo para se preparar para isso. Então, estamos criando os planos, mas vamos precisar de mais diretrizes para conseguir resolver tudo isso”, afirma.
Escolas mantém medidas de prevenção ao vírus
Se você precisa enviar seu filho ou filha para a escola ainda esta semana, até mesmo para poder planejar onde vai deixar seu pequeno durante a suspensão das aulas, saiba que as instituições de ensino vão manter os cuidados de prevenção ao coronavírus, cujas medidas já tinha sido adotadas quando o país registrou o primeiro caso da doença.
Além de reforçar a importância da higienização das mãos, o Colégio Magno, que está situado em São Paulo, tem orientado aos estudantes evitar o uso de bebedouros. “Estamos sugerindo a utilização de garrafinhas de água”, pontua a diretora Cláudia Tricate. Outra ação da escola foi colocar nos banheiros da instituição, utilizando post-it, informações de prevenção ao vírus. “Estamos mostrando para as crianças os cuidados que devemos tomar, mas sem apavorar, com o cuidado para não causar pânico”, alerta.
A escola Kinder Kampus School enviou para todos os colaboradores do colégio um comunicado informando quais ações preventivas foram adotadas pela instituição. Entre as medidas estão a mudança na rotina de higienização, com o aumento da carga horária da equipe de limpeza para reforçar a higiene dos brinquedos, superfícies, cadeiras, maçanetas, corrimões, entre outros.
As salas também passaram a ser mais ventiladas, mantendo as janelas e portas abertas. Outra orientação foi pedir para as famílias não enviarem ao colégio crianças que apresentassem qualquer sintoma de gripe.
Contudo, vale ficar atento aos grupos de risco antes de escolher com quem você vai deixar as crianças neste período. Asmáticos, pessoas com doenças do coração, fumantes, diabéticos e idosos, são alguns dos grupos de risco que estão mais suscetíveis a pegar a covid-19. Por isso, nem pense em deixar com os avós, ok?