É sabido que manter o corpo ativo só traz benefícios para a saúde – física e mental – das crianças e adolescentes. Por isso, levante os pequenos do sofá, chacoalhe a preguiça e use a criatividade para movimentar a casa. Todo mundo sai ganhando.
Escolas, clubes e academias fechados sabe-se lá até quando. Até mesmo a ida para o parquinho do prédio ou a pracinha do bairro estão suspensos por conta do risco de contaminação pelo novo coronavírus. O jeito, então, é inventar: ficar preso em casa não precisa – e não deve – ser sinônimo de inatividade e prostração. Nem para adultos, nem para crianças, que podem ter nos exercícios físicos um momento de de aprendizagem e desenvolvimento intelectual, social e físico.
O CDC (Centers for Disease Control and Prevention), órgão de controle e prevenção de doenças dos Estados Unidos, recomenda que crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos façam 60 minutos de exercício físico por dia. Isso porque quando eles se exercitam o necessário, há melhorias consideráveis em suas habilidades cognitivas, comportamento acadêmico e na disposição geral, segundo o Heart and Stroke Foundation. A atividade física regular também melhora a condição cardiorrespiratória, colabora com a formação de ossos e músculos mais fortes, controla peso, reduz sintomas de ansiedade e depressão e diminui o risco de doenças cardíacas, câncer, diabetes, pressão alta, osteoporose e obesidade.
Confira dicas de como manter a saúde mental na quarentena
Lia Thimming, mãe de Leo e Liz, sabe bem disso e está acostumada em ter os exercícios físicos no dia a dia de família já que, além de corredora assídua, tem seus dois filhos participando de times de corrida para crianças. Lia é bióloga de profissão, assistente educacional em uma escola pública dos Estados Unidos e treinadora assistente do grupo de corrida Texas Thunder Track and Field Club. Longe dos treinos diários, por conta da quarentena, ela faz de tudo para manter as crianças ativas. “Acredito totalmente que fazer exercícios melhora muito o humor e a produtividade das crianças. Não só pela parte biológica – com a produção das endorfinas, nos deixando com a sensação de bem-estar – mas sair da inércia ajuda muito na disposição, ficando mais fácil começar uma atividade acadêmica ou ir de uma lição para outra.”
Mas o que fazer de atividade dentro de um espaço limitado como um apartamento ou mesmo uma casa?
Se a casa tem escada, sugere Lia, “subir e descer os degraus já é uma excelente opção: sobe correndo, desce devagar.” Se não tem, um banquinho pode substituir a escada. “Dar uma corrida na volta do quarteirão ou até mesmo fazer um circuito dentro de casa, com obstáculos, melhor ainda: pula na cama, corre até o banheiro, passa por baixo da mesa de jantar. Determine uma linha de saída e outra de chegada: temos quer ser criativos e divertidos!”
Para saber em que momento parar para fazer atividades na rotina da casa, a gaúcha diz ser importante fazer um cardápio de exercício para a semana, mas não ter horário para tudo. “Muitas vezes a melhor maneira é saber “ler” nossos filhos: se vejo que a produtividade está diminuindo, o tédio chegando e a cabeça abaixando, é hora para uma pausa no dia e mexer o corpo.”
Outra dica valiosa é “Deixar os materiais para se exercitar à disposição ajuda bastante. Em casa, por exemplo, coloquei um pula-pula pequeno na frente da TV, assim como a bicicleta estacionária. Assim, deu vontade de pular ou pedalar, está tudo pronto e acessível!”
Confira outras ideias de exercícios simples de fazer dentro de casa com as crianças. Eles vão garantir que a família consiga integrar a atividade física à rotina, criando momentos de diversão, risada e muito movimento.
- Parada de mão: ótimo exercício para os músculos do abdômen e braços.
- Pular corda: além do exercício aeróbico, pode gerar uma competição sadia de quem pula mais.
- Corrida de obstáculo: faça um pequeno circuito com os móveis de casa ou desenhe, com giz, no quintal de casa uma caminho (zigue-zague, seguido de pulos, com rodopios, etc.)
- Corrida de saco: a velha brincadeira pode fazer pais e filhos rirem e se mexerem muito.
- Corrida de animais: as crianças precisam chegar do outro lado da sala se arrastando como cobra, ou pulando como sapo.
- Bexigas: pode ser cheia de ar, pra jogar vôlei, pode ser cheia de água, para brincar de não deixar estourar no quintal.
- Siga o mestre: uma criança ou adulto faz um movimento e o resto da família precisa imitar. Quem errar, perde.
- Dança: vale qualquer gênero, qualquer hora, sozinho ou acompanhado.
- Dança da cadeira: um clássico das festinhas infantis. A família inteira pode brincar – parou a música, tem que sentar! Quem ficou sem, perde.
- Polichinelo: uma competição suada de quem faz mais em menos tempo pode ser divertido e fazer o coração trabalhar!
- Corrida da faxina: dê uma atividade – recolher os brinquedos da sala, limpar duas janelas sujas com giz, jogar água na banheira coberta de tinta, parear meias, etc – e cronometre quem consegue fazer em menos tempo.
- Amarelinha: desenhe-a com giz no quintal ou use fita crepe para fazer no chão da sala.
- Estátua! Quem se mexer quando a música para, está fora.
Para os pequenos
Para quem tem filhos menores, a professora Dra. Ana Luiza Allegretti, da Universidade of Texas San Antônio e a professora Dra. Mirela de Oliveira Figueiredo (Universidade Federal de São Carlos) fizeram um material com dicas de exercício para estimular o desenvolvimento físico, cognitivo e emocional em bebes e crianças de 0 a 5 anos. Vale a pena conferir.
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