Quando a criança completa dois anos de idade, inicia-se o tão falado “Terrible Two”– fase onde muitas delas buscam sua independência e passam a testar alguns limites dos pais. Nesse momento, é normal que haja uma crise também na alimentação, onde o bebê que, até então comia de tudo que lhe era oferecido, começa a virar o rosto e rejeitar os alimentos, na maioria das vezes os mais saudáveis. Neste contexto, mamães e papais começam a entrar em desespero vendo que seu filho não está se alimentando adequadamente e, como consequência, começam a ceder e a oferecer alimentos não saudáveis ou não adequados. E é aí que o caos começa a se instalar.

Esse quadro é um clássico nos consultórios pediátricos sejam de médicos ou de nutricionistas. Mas é importante ressaltar que, o que fazer a partir daí, é o que fará a diferença na vida de cada criança. A frustração dos pais não pode prevalecer e muito menos o abandono da nutrição, tendo em vista que ambos podem trazer impactos negativos aos filhos. Forçá-los a aceitar um alimento pode ser ainda pior e causar aversões que se prolongam até a vida adulta. 

Alimentos oferecidos de forma despretensiosa e quando a criança tem fome podem ajudar muito na aceitação. Neste processo, é importante dizer que, o que mais vejo no consultório, são crianças que têm alimentação super fracionada e chegam nas refeições sem fome.

O tocar, o cheirar, o colocar na boca, mesmo sem comer já é uma grande vitória.  Busque olhar nos olhos de seu filho e dizer com amor que acredita nele, que se orgulha e sabe o quanto ele é capaz e que, na hora certa, sabe que ele comerá aquele alimento.

Outro caminho importante é retirar da sua casa as guloseimas e tentar manter um hábito de vida que seja exemplo para seu filho, ou seja,  ter uma geladeira e um armário com alimentos saudáveis.

Uma outra sugestão ainda é plantar alimentos com seu filho. Essa é uma boa forma de fazê-lo se interessar por eles, assim como cozinhar juntos ou, até mesmo, brincar com pelúcias de alimentos saudáveis.

Com a chegada dos dois anos, as crianças dizem “Não” para tudo. E, enquanto pais, não se ofenda! É apenas uma fase de construção de independência e de auto afirmação. Todas as crianças passam por esse período de seletividade e, com seu filho, provavelmente não será diferente. Portanto, tente não ficar falando disso constantemente e procure agir com leveza e naturalidade. Vai passar!

Com carinho,

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