Ler, ler e ler. Poucas recomendações são tão unânimes, universais e atemporais no polêmico e inconstante mundo da educação de hoje, quanto essa. Pediatras, educadores e pesquisadores são categóricos ao afirmar que esse é o melhor estímulo intelectual que pais e mães podem dar às crianças se querem criar filhos pensantes, curiosos e críticos. Mas na correria do dia a dia e em meio a tantas distrações, principalmente as digitais, como fazer com que esse hábito seja adquirido e desfrutado pelo pequenos com prazer?

 

Por que é tão importante?

Em um recente estudo sobre o tema, pesquisadores da Universidade do Texas, nos EUA, concluíram que as crianças adquirem com os livros conceitos importantes para o aprendizado, como fonética, compreensão textual e vocabulário- mesmo quando ainda não podem ler sozinhas.

E além dos benefícios intelectuais que a leitura traz para os pequenos, em um recente artigo publicado no jornal americano The New York Times, estudiosos chamaram a atenção para as evidências de que ler e brincar com crianças pequenas pode também ajudar a moldar seu desenvolvimento social e emocional.

Segundo afirmam, o momento de leitura entre pais e filhos abre uma janela de oportunidade para fazer com que os pequenos compreendam melhor e até contenham, se for o caso, problemas de comportamento como agressividade, hiperatividade e dificuldade de atenção. “Pensamos na leitura em diferentes maneiras, mas não creio que pensamos na leitura dessa forma,” afirma Alan Mendelsohn, professor de Pediatria na New York University School of Medicine, principal pesquisador do estudo.

Outra pesquisadora do estudo, Adriana Weisleder, reforça que  lendo e brincando a criança aprende a gerenciar situações mais desafiadoras do que, normalmente, vive  no seu dia a dia e, assim, consegue ampliar e enriquecer seu repertório emocional e imaginativo. “Quando os pais leem e brincam com seus filhos, as crianças têm a oportunidade de pensar sobre os personagens, de pensar sobre os sentimento de cada um deles. Assim, elas aprendem palavras para descrever sentimentos que são difíceis de explicar e isso os capacita a controlar melhor o comportamento delas quando tem emoções desafiadoras como raiva ou tristeza”, observa.

 

Meu filho odeia ler…

Mas, apesar de tantos benefícios, o amor pela leitura pode não ser natural e, em alguma vezes, precisar de certo esforço da família e da escola para nascer. Neste caso, os estudiosos oferecem algumas dicas:

A primeira coisa, afirmam, é dar exemplo. Não adianta mandar seu filho ler, se ele nunca ver os pais lendo. A criança imita o comportamento que observa e ver os pais aprendendo e tendo prazer com jornais, livros e revistas passa a mensagem de que aquilo é bom e faz bem, garantem.

Outra atitude simples, afirmam, é deixar livros disponíveis pela casa, de forma acessível, sem estarem obsoletos e inalcançáveis em uma estante, como objeto de decoração. Tanto os próprios livros como revistas, jornais e quadrinhos podem estar presentes também no seu carro e serem oferecidos para a criança durante um passeio. Mantê-los sempre no quarto da criança é outra forma eficiente de incentivar a leitura.

Outro caminho é ir além do mundo analógico e aproveitar das facilidades e da alta atração que os pequenos costumam ter pelas ferramentas do mundo digital. Você pode, por exemplo, convidar seu filho a verem juntos sites, a lerem e-books, ou, até mesmo, a ouvirem áudiobooks.  Existe uma infinidade de livros interativos que podem ser uma porta de entrada interessante para captar a atenção dos pequenos e apresentar a eles a importância e o prazer que há na leitura.

Por ser um ato social, outro ponto importante é falar sobre o que outras crianças e adultos estão lendo. Incentive seu filho a fazer perguntas e a iniciar assuntos relacionados ao universo da leitura.

Além disso, é fundamental  adaptar os estímulos à faixa etária da criança. E para ajudar pais e mães nesta tarefa, reunimos alguns passos que podem transformar seu filho em um dedicado leitor.

 


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