Brincar é muito bom, mas infelizmente, muitos pais estão delegando a “brincadeira” da criança para as telas. Quando se tem filhos e chega em casa estressado com os desafios do dia-a-dia, é mais fácil ligar a televisão e deixar a criança na frente para jantar em paz. É mais fácil deixar o celular na mão e culpar a professora e a escola pela má educação. Assim como é mais fácil culpar a criança pela sua falta de paciência e dar uma chinelada se preciso. Afinal, quantos de nós não passamos por isso na infância e estamos aqui vivos não é mesmo?Pois é, mas não é assim que você deve pensar. Segundo as estatísticas, o Brasil é o segundo maior consumidor de antidepressivos e ansiolíticos do mundo. Definitivamente, isso não é uma coisa boa. Eu estudei, pesquisei e convivi com famílias dinamarquesas para aprender como elas educam as crianças para serem felizes e bem-sucedidas. E eu sei que é possível aplicar no Brasil também. Mesmo assim, muitas pessoas me falam: “Aline, lá vem você com essa educação positiva. Isso só funciona na Dinamarca. Quero ver você aplicar aqui no Brasil com meus filhos”. Se você também pensa assim, nem precisa ler este artigo até o fim. Você só chegará no final se for uma pessoa incomum. E este é o segredo para alcançar essa educação tão desejada.
Ser uma pessoa incomum
O fato é que os pais e educadores querem sim que essa educação dinamarquesa funcione, mas não estão dispostas a abrir mão do comportamento padrão que vem desempenhando para experimentar o novo. Eu acredito que é possível sim criar filhos resilientes, responsáveis, autoconfiantes e felizes aqui no Brasil. A única exigência é que você seja incomum. Para isso, é preciso ter um nível mais elevado de consciência e fazer aquilo que as pessoas não estão dispostas a fazer. É reservar um tempo para estar com seu filho, brincar com ele no chão e ler um livro antes de dormir. Isso é ser incomum e só assim vamos promover a revolução que o país e as futuras gerações precisam. Essa transformação está nas mãos das pessoas incomuns, ou seja, que não agem como a maioria e mesmo diante do estresse e dos desafios do dia-a-dia, você tem coragem para fazer a diferença no mundo.
O perigo das telas
Pode parecer contraditório, mas empresários do Vale do Silício, que são referências em startups, tecnologia e criaram as principais empresas da área restringem o uso das telas pelos filhos. Dessa forma, eles só terão acesso aos 10, 12 ou 14 anos porque, apesar de os pais serem geniais com a inovação e o mundo moderno, eles sabem dos efeitos nocivos das telas no aprendizado das crianças.Os primeiros anos de uma criança são muito importantes para o seu desenvolvimento. É um período de evolução física e cognitiva muito rápida e os hábitos adquiridos nessa fase farão toda a diferença em sua vida adulta. A tecnologia, o celular e os computadores são muito úteis, mas o desafio é ponderar para que eles nos auxiliem nas tarefas e que tenhamos mais qualidade de vida sem ficar refém deles. O mais importante é ter consciência e encontrar o ponto de equilíbrio. As crianças precisam ter acesso a tecnologia e saber usar, mas não devemos privar uma criança de brincar ao ar livre e ter contato com outras crianças para ficar presa as telas.
O Uso saudável das telas
A Organização Mundial da Saúde defende que o uso de telas deve ser quanto menos melhor e que os pais estimulem brincadeiras no chão e ao ar livre para que sejam ativos fisicamente. Se é preciso ficar sentado, que tal um momento para a leitura?Confira outras dicas:✅ Outra recomendação é que bebês com menos de um ano de idade não tenham contato com aparelhos e crianças entre dois e quatro anos não fiquem mais de uma hora por dia. ✅ A OMS também recomenda que crianças entre um e quatro anos de idade façam atividades físicas variadas por pelo menos três horas por dia. ✅ Além disso, elas precisam dormir bem para se desenvolverem melhor ter hábitos saudáveis ao longo da vida, inclusive, para prevenir a obesidade e outras doenças. E aí será que é tão difícil ser incomum?