As ferramentas de comunicação são hoje mais acessíveis e colocaram os pais em comunidades e grupos que divulgam eventos culturais, debatem questões pedagógicas e, claro, discutem as polêmicas do cotidiano escolar. A tecnologia aproximou as famílias,  mas aproximou as famílias da escola?

A escola se constrói como espaço democrático, polifônico e, ao mesmo tempo, com regras próprias. A família se constrói do mesmo modo. Nos corredores da escola, as vozes dos educadores, dos alunos, da coordenação e dos pais se misturam. Na sala de jantar, as vozes do pai, da mãe, dos filhos, dos avós também se misturam. Muitas vezes, tanto no corredor quanto na sala de jantar o assunto é o mesmo, a escola. Em que lugar essas vozes que discutem o mesmo tema se encontram? Em que momento as regras da escola e as regras da família entram em conflito?

O processo de aprendizagem envolve a crítica, o diálogo e também o conflito. Quando todo esse processo ocorre sem o “olho no olho”, apenas no virtual, perde-se o calor humano inerente ao pedagógico. A escola aprende menos, a família aprende menos e, claro, os toddlers se beneficiam menos. O que corre nas redes sociais precisa chegar ao corredor da escola e vice versa. Só assim a escola e a família podem criar um vínculo saudável e dialogar de forma produtiva.

A construção de vínculo passa pelo “tudo bem? Vamos conversar?”, passa pelo “tive uma ideia!”, pelo “vou aí te visitar” e isso tudo vai muito além do “Prezados Pais”, “Prezada Direção”. Esse respeito e carinho transcende o diálogo e permeia as relações entre pais e educadoras, educadoras e alunos, enfim, entre todos os membros da comunidade. Trabalhemos todos para que o mundo seja um lugar com menos WhatsApp e mais “What’s up?!”, com menos emojis e mais abraços.

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