Os nascidos na década de 80-90 costumam associar a memória afetiva da alimentação aos achocolatados, biscoitos recheados, tortas, bolos, massas, basicamente alimentos compostos por farinhas e açúcares processados, receitas que foram preparadas com muito amor por nossas, mães, avós e tias. Essa foi a época em que os processados ganhavam o mercado e passaram a invadir nossas casas. Sempre fomos ensinados a comer tudo para ganhar uma sobremesa ou comer salada e legumes para que pudéssemos comer um docinho. E pouco a pouco o açúcar foi ganhando seu espaço e a comida era encarada como “obrigação”.

Hoje, meu desafio enquanto nutricionista, é que façamos essas “boas memórias” a partir da comida saudável. Afinal, com o passar do tempo nosso paladar amadurece e nos conscientizamos das reais necessidades de nosso organismo. Então, por que não ensinar e criar boas memórias com o que já é saudável e mudar a história da geração atual?

Seguem então algumas dicas para que você possa construir boas memórias no seu filho, a partir de uma alimentação saudável:

  • Não coloque a refeição com salada, legumes e alimentos de verdade como vilão ou obrigação, faça ser algo divertido e sem pressão;
  • Cozinhar com as crianças com certeza é algo que traz muitas alegrias para elas. Essa ação, por si só, já libera hormônios relacionados ao prazer, uma vez que nossos ancestrais tinham prazer na caça, no preparo e no ato de comer;
  • Refeições à mesa com alegria e leveza onde todos estão unidos e felizes compartilhando momentos bons de seu dia também é uma forma de criar boas memórias;
  • Cultivar uma horta ou alguma fruta é uma prática que, além de aliviar o estresse, trabalha a consciência ambiental e com certeza alimenta boas memórias que ficarão para sempre registradas;
  • Respeitar algumas preferências pode ser muito importante. Algumas crianças gostam mais de alimentos pastosos e outras de crocância. Isso não significa que comerá somente um alimento na forma preferida, mas é importante ter criatividade para criar novos purês e molhos. A batata, por exemplo, pode ter outras preparações crocantes, além da fritura;
  • É importante que a família toda coma de forma saudável para que a criança não se sinta excluída e nem pressionada, muito menos injustiçada. Sem chantagens do tipo “só poderá comer sobremesa ou brincar se comer tudo”;
  • Busque momentos felizes e assim construirá boas memórias na vida de seu filho.

Com amor,

Letícia Tischenberg

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