Você já parou para pensar que a habilidade de se colocar no lugar do outro não é algo que já nascemos predispostos a praticar? Entretanto, a empatia, que é a capacidade de sentir e compreender as questões que envolvem outro indivíduo, pode ser desenvolvida e estimulada. Na infância, por exemplo, é possível (e recomendado) ensinar as crianças a se preocuparem com os outros.

Aprender desde cedo a entender os anseios, problemas e sentimentos alheios, aceitando as diferenças, traz benefícios tanto para a vida pessoal quanto profissional. Afinal, uma criança empática tem mais facilidade para se comunicar, enfrentar desafios e buscar soluções para os conflitos.

A empatia é a capacidade de entender a experiência emocional do outro, e também manifestar compreensão e apoio. A infância é o período ideal para o aprendizado das habilidades sociais, entre elas, a empatia”, afirma a psicóloga especialista em infância e adolescência Fernanda Tabasnik Schwartz.

De acordo com a psicóloga, há evidências que indicam que essa habilidade pode ser cada vez mais desenvolvida e aprimorada quando há oportunidades que facilitam esse desenvolvimento, ou seja, quando o contexto e o ambiente da criança a estimulam a ser empática e valorizam essa habilidade social. “Logo, a importância de ensinar empatia para as crianças é preparar seres humanos desde cedo para entender sentimentos e emoções alheias e assim formar adolescentes e adultos com maior repertório de habilidades sociais”, destaca.

Para a professora Isabelle Silva Sant’Ana, é por meio da empatia que é gerada a solidariedade. “Quando a empatia é trabalhada com as crianças, são formados valores que elas vão usar na vida em sociedade”, pontua.

Como ensinar empatia para as crianças?      

Segundo a educadora Isabelle Silva Sant’Ana, a família deve adotar o hábito de conversar em casa com os filhos e/ou filhas sobre a importância de entender o que a outra pessoa sente e que os indivíduos são diferentes, por isso têm sentimentos e reações distintas. “Estimule as crianças a sempre terem comportamentos bons com os amigos da escola e que o respeito pelas diferenças é importante”, orienta.

Além disso, Isabelle ressalta que as crianças aprendem muito pelo exemplo, por isso, é fundamental que os adultos responsáveis pelos pequenos pratiquem a empatia. Brincadeiras que estimulam a empatia também podem ser ensinadas aos pequenos. “Uma brincadeira que pode ser usada para ensinar que todos dependemos de outras pessoas e que é sempre preciso estar disposto a ajudar quem precisa, é a brincadeira do caminho cego. Uma criança vendada precisa percorrer um caminho com obstáculos e depende da orientação de outro colega”, sugere.

Outra maneira de trabalhar essa habilidade de maneira lúdica é contar histórias e conversar com a criança sobre os sentimentos do personagem. “Você pode perguntar: o que será que ele sentiu em determinada parte da história? O que será que o amigo poderia fazer para ajudá-lo?”, exemplifica a psicóloga Fernanda Tabasnik Schwartz.

Ainda de acordo com a psicóloga, é importante auxiliar os pequenos a compreenderem que toda ação gera uma reação. Ou seja, quando agimos de determinada forma, nosso comportamento pode influenciar positiva ou negativamente as outras pessoas. “Isso pode ser ensinado tanto através de situações cotidianas da criança (como você acha que seu amigo se sentiu quando você o chamou de chato?), quanto por meio de situações vivenciadas pelos personagens de desenho animado ou livros”, recomenda Fernanda. Auxiliar as crianças a identificarem e nomearem as emoções também facilita o entendimento dos sentimentos alheios.

Como a empatia pode ajudar no processo do desenvolvimento infantil?

A psicóloga especialista em infância e adolescência Fernanda Tabasnik Schwartz frisa que a empatia contribui de forma significativa para que as relações interpessoais, com familiares e amigos, por exemplo, sejam mais harmoniosas e saudáveis. Por outro lado, a falta de empatia está relacionada com casos de agressividade e problemas comportamentais.

“Nesse sentido, associa-se à melhora na qualidade das relações, que por sua vez é um fator primordial para o alcance da felicidade. Essa habilidade ainda está relacionada com maior aceitação pelos pares, maior capacidade de resolução de problemas e diminuição da agressividade”, enfatiza.

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