O isolamento social para evitar aglomerações e conter o avanço da Covid-19 mudou o cenário do País. Entre as medidas adotadas para enfrentar a pandemia estão a suspensão das aulas e muitas empresas liberaram os colaboradores para fazer home office. Consequentemente, são inúmeros os lares onde crianças, pais e mães estão convivendo 24h. 

Agora, faz parte do novo cotidiano de grande parte dos adultos entreter os filhos e filhas, auxiliar nos estudos, administrar a casa e fazer home office. E, com tantas demandas, a saúde mental acaba, muitas vezes, abalada. Para a psicóloga Jaqueline Belmudes, que também é educadora parental em disciplina positiva, o acúmulo de informações nos noticiários, ao invés de cumprir o papel de informar, também espalham medo e trazem insegurança.

“Há também um turbilhão de direcionamentos sobre o que fazer nessa hora, como por exemplo atividades para as crianças, o que pode gerar sentimento de culpa e ansiedade por às vezes a família não conseguir se organizar para isso”, completa.

Mas, diante de tanta mudança e com novas preocupações, como conseguir cuidar do emocional? Segundo Jaqueline, o primeiro passo é olhar para a realidade prática do que é possível no momento. “A comunicação respeitosa e empática, bem como os combinados, precisam acontecer para não gerar frustrações e expectativas em relação ao outro. Quando lidamos com dados reais e pensamos em combinados e limites, fica mais fácil organizar a rotina familiar respeitando os espaços de cada um e ajudando a resolver possíveis conflitos”, explica.

 

É possível tornar a nova rotina mais leve?

Ter criança pequena em casa e fazer home office não é uma tarefa fácil. As crianças demandam atenção, seja para brincar, supervisionar ou ajudar nas tarefas on-line das escolas. Porém, com a chegada do coronavírus no Brasil, essa é a realidade que muitos precisam enfrentar no momento.

Para tornar o dia a dia menos caótico, a sugestão da psicóloga Jaqueline Belmudes é ter momentos de leveza e autocuidado no cotidiano, especialmente aos cuidadores. “Para isso, dividir tarefas quando o parceiro está em casa é essencial. Quando não há rede de apoio, vale flexibilizar e se livrar do sentimento de culpa”, acrescenta.

Outras dicas da profissional são espalhar estações de brinquedos ou brincadeiras pela casa; caixas de materiais recicláveis para ajudar na criatividade dos baixinhos; e, até mesmo, flexibilizar o uso da TV em alguns momentos.

“Quando possível, encontre alguns elementos da natureza, como areia, folhas de árvores, pedras e monte uma caixa sensorial para a criança explorar sem perder o contato com essa conexão natural”, sugere.

Para que os dias sejam mais leves, sempre que possível, abra as janelas para a circulação do ar e tome sol, seja pela janela ou no quintal. Jaqueline ainda recomenda tirar o pijama e se arrumar como fosse sair de casa. “Sempre que possível, coloque música para ajudar a trazer um clima gostoso e de bem estar”, indica. 

 

Em época de corona, o que deve ser evitado em prol da saúde mental?

De acordo com a psicóloga Jaqueline Belmudes, um dos cuidados que devem ser adotados para manter a saúde mental durante o período de isolamento é evitar ouvir/assistir em demasia os noticiários.

“Esse cuidado também se estende as redes sociais, mensagens e vídeos. O excesso de informação aumenta o nível de ansiedade, medo e insegurança”, afirma.

Durante essa fase, tente se poupar de vivenciar conflitos desnecessários, e de criar altas expectativas e exigências. “Faça sempre a pergunta: O que é possível para esse momento? O que está ao meu alcance?”, sugere. 

 

10 dicas para manter a saúde mental durante a quarentena

A psicóloga Viviana Rosa R. Ruiz produziu um guia com orientações para manter a saúde mental durante a quarentena. Selecionamos dez dicas para ajudar você a passar essa fase com mais saúde emocional. O PDF completo está disponível nesse link.

  1. Crie uma rotina gentil com você mesma (o);
  2. Acolha seus sentimentos, assim como faria com um amigo querido ou familiar;
  3. Todos os dias, procure fazer ao menos uma atividade que lhe seja prazerosa;
  4. Pense em quais atividades você pode fazer, ou ao menos tentar, para relaxar;
  5. Reflita, diariamente, como estão suas emoções;
  6. Mesmo que dentro de casa, mantenha o hábito de respirar e andar;
  7. Faça algum exercício para relaxar o corpo;
  8. Entenda que você não tem o controle de tudo;
  9. Ligue ou faça chamada de vídeo para sua família e/ou amigos;
  10. Não hesite em procurar ajuda. Muitos psicólogos estão oferecendo atendimento online gratuito.

 


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