Os especialistas afirmam que as crianças podem apresentar até 12 episódios de infecções respiratórias por ano. E, para desespero dos pais, a tosse é um dos sintomas que costuma se manifestar praticamente todas as vezes que os pequenos têm uma gripe ou dor de garganta, por exemplo. Apesar de geralmente não ser grave, já que é um mecanismo de defesa das vias aéreas, você sabe identificar quais são os sinais de alerta quando o assunto é tosse infantil?

De acordo com a pediatra Rita Gonçalves, que é mestre em saúde da criança e do adolescente, há seis sinais em que pais e mães devem estar atentos. São eles:

1- Tosse que persiste por mais de quatro semanas;
2- Tosse em recém-nascidos e em lactentes menores de seis meses;
3- Tosse após engasgos acompanhada de cianose (coloração arroxeada da pele);
4- Tosse com catarro por mais de quatro semanas;
5- Tosse seca e, principalmente, à noite;
6- Tosse associada a outros sintomas como perda de peso, febre e falta de ar.

Ao notar essas manifestações na criança, a recomendação é buscar ajuda médica, que deve realizar uma avaliação clínica e exame físico. 

Principais causas de tosse em crianças

Segundo a pediatra Rita Gonçalves, a tosse é uma forma de impedir a entrada de microrganismos, corpos estranhos e alimentos, uma vez que, ao tossir, facilita a remoção das secreções.  

As principais patologias que costumam apresentar tosse são as infecções de vias aéreas superiores, como nariz, garganta, faringe e laringe. A médica afirma que, nesses casos, pode ter uma duração de até dez dias, podendo prolongar-se até 25 dias ou mais.

“Doenças alérgicas como asma e rinite também são comuns. Menos frequentes, porém, geralmente mais graves são as aspirações de corpo estranho e os problemas congênitos”, completa.

O que é possível fazer em casa para aliviar os sintomas?

Por ser uma defesa natural do organismo, na maioria das vezes o sintoma tem uma resolução espontânea, ou seja, sem fazer uso de medicamentos. “A tosse dos resfriados comuns, a situação mais frequente, dura normalmente em torno de dez dias. Não devemos ‘tratar’ a tosse, inibindo-a. Devemos tratar a causa da tosse”, afirma a pediatra Rita Gonçalves.

Nesse sentido, a médica orienta para evitar a exposição à fumaça de cigarro, tinta fresca, cola, inseticidas, poeira e mofo, além de manter o calendário vacinal da criança atualizado. Outra recomendação da pediatra é quanto à lavagem nasal, que auxilia na hidratação e na eliminação de secreções.

“Manter as mucosas nasais sempre bem hidratadas, através do uso de soro fisiológico nasal e aumento da oferta de água para beber. Quando as secreções ficam mais espessas, o nariz entope, então, começamos a respirar pela boca. Com isso perdemos o aquecimento que ocorre nas narinas. O ar frio causa ressecamento da mucosa oral, piorando a tosse”, orienta.

Rita lembra ainda que a automedicação deve ser evitada. “A tosse nos sinaliza que algo está acontecendo. Devemos tratar o que está causando a tosse, e não o sintoma em si. Logo, é importante conhecer os sinais de alerta e conversar com seu pediatra”, esclarece.

É possível prevenir a tosse?

Será que tomar chuva, friagem e deixar a criança com os pés no chão realmente causam tosse nas crianças? De acordo com a pediatra Rita Gonçalves, essas associações tratam-se apenas de mitos.

“Algumas pessoas têm uma sensibilidade aumentada a mudanças bruscas de temperatura e, nessas pessoas, o frio pode estimular a tosse agindo como irritante das vias aéreas, o mesmo acontece com perfumes e outras substâncias com cheiro forte. Tomar chuva, andar descalço são coisas que fazem parte da infância, e proporcionam momentos inesquecíveis. E sua associação com a tosse não passa de mito”, completa.

Mas, afinal, é possível proteger a saúde dos pequenos e prevenir as temidas tosses, que acabam atrapalhando o dia a dia dos baixinhos e comprometendo até mesmo as noites de sono?

Segundo a pediatra Stephânia Laudares, que atua no Hospital Estadual Materno-Infantil Dr. Jurandir do Nascimento, de Goiás, algumas medidas podem ser adotadas para tentar evitar gripes e resfriados, que frequentemente acometem as crianças, como: estimular os baixinhos a higienizar constantemente as mãos, explicar a importância de não tocar os olhos, boca e nariz, evitar ambientes fechados e aglomerados.

Outra dica da médica é sobre levar as crianças para tomarem a vacina anual contra a gripe. “Recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a imunização contra a influenza diminui a gravidade da doença e as chances de complicações”, destaca.


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