O que senti assim quando recebi meus filhos no colo? Um misto de alívio, cansaço, medo e amor. Com o nascimento do primeiro, veio a sensação de que a vida como eu conhecia estava prestes a mudar. No carro, na volta da maternidade, meu marido mal conseguia acelerar, com medo de que uma freada, ainda que leve, pudesse abalar aquela criaturinha tão frágil. Nossos olhos e pensamentos estavam todos voltados para o bebê que acabara de chegar. Semanas depois, meu marido ainda um tanto atrapalhado com a cadeirinha, depois de conseguir tirar o Bento do carro, fechou a porta e me esqueceu lá dentro. Naqueles 20 segundos de esquecimento, percebi o quanto estávamos concentrados em fazer a coisa certa. 
Com o nascimento do Joaquim, veio a sensação de que eu faria o Bento sofrer, porque não conseguiria dar atenção suficiente, porque não conseguiria dividir o tempo entre o recém-nascido e ele, um bebê ainda. Meus pequenos têm 1 ano e 20 dias de diferença, ou seja, engravidei do Joaquim 3 meses depois de ter tido o Bento, as tais 28 horas de parto. “Você só pode estar maluca!”. “Foi um acidente?”. A gravidez do Joaquim foi planejada, queríamos uma diferença pequena de idade entre os irmãos, mas acho que, até receber o resultado positivo, eu não tinha plena noção do que seria passar 2 anos grávidas, o que seria carregar 8kg sobre uma barriga de 9 meses. Fiquei com medo de passar 28 horas em trabalho de parto novamente e ter de ficar 28 horas longe do Bento. Esperei em casa o máximo que pude e já cheguei ao hospital com quase 7cm de dilatação. Joaquim veio ao mundo após 16 horas, chorando, saudável. O que senti quando recebi meu caçula no colo? Alívio, cansaço, medo e amor, muito amor.  Recebi a visita de poucos amigos na maternidade e em casa. Recebi os familiares mais próximos e gostei muito que tivesse sido assim. Se você não tem tanta intimidade assim com os pais, a visita é dispensável. Vale enviar um presente, flores para a maternidade, um brinquedo para o recém-nascido. Como educadora, sempre penso em brinquedos como primeira opção. A gente tende a supor que o recém nascido não vai brincar, uma roupinha, uma meinha vai bem. E, então, nossos presentes se misturam a uma pilha de outras roupinhas e meinhas. Brinquedos sensoriais, com texturas, luzes e sons suaves, móbiles são boas formas de presentear o recém-nascido. Adoro receber encomendas pelo correio e acho que essa é uma tendência da modernidade, em que as compras online vêm ganhando espaço se comparadas às tradicionais feitas no shopping. Receber pelo correio um presente inesperado, com um belo cartão escrito à mão, se possível, é um carinho gostoso e pouco invasivo nesse momento tão delicado.  As visitas à maternidade sempre funcionaram melhor para mim. O ambiente do hospital é impessoal e monótono. É como se, de certa forma, todos fossem visita, inclusive os pais. Dessa forma, ninguém se sente na obrigação de “fazer sala”. A visita traz alegria e descontração para o quarto bege e sem graça. Vez ou outra trazem um docinho, uma coisinha gostosa para variar o sabor da comida de hospital. O encontro se torna mais breve e ainda diminui a chance de haver constrangimentos: as paradas para amamentar ficam mais naturais e os pais parecem menos desajeitados com o suporte das enfermeiras. Em casa, a vida demora mais a entrar no eixo, tudo parece ficar meio fora de lugar com a chegada do bebê, os pais têm sempre a impressão de que a visita chegou na hora errada, que poderiam estar melhor preparados. Mas essa é mesmo uma questão muito pessoal. O pós-parto pode exigir mais ou menos de cada família ainda dentro do hospital, dependendo de como foi o parto, de como a mulher reagiu a todo o processo, de como está o bebê, enfim, vale se informar e usar o bom senso, sempre. A dica padrão é “seja breve” e, se sentir que não é tão íntimo, troque a visita por um telefonema.  Existem muitos protocolos para visitar os recém-nascidos, seja em casa ou na maternidade: respeitar horários, ser breve, higienizar as mãos, só segurar no colo se a mãe autorizar, se estiver com gripe nem precisa aparecer, deixe os filhos pequenos em casa. Quando o recém-nascido tem um irmão, o protocolo é ainda mais amplo, vale levar um presentinho para ambos, evitar aquele ciuminho que pode aparecer. Compartilhar elogios, dividir a atenção. As mamães, pós-parto, ainda estão tentando se achar no meio da vida nova, ninguém está muito no clima de receber visita. Novamente, seja breve, esse é o conselho principal. Se estiver confortável, se proponha a ajudar. Ouça bastante, o protagonismo nesse momento é da família. Pai, mãe e filho acabaram de vivenciar uma experiência incrível, estão no meio de um turbilhão de coisas novas, ouça, sorria e, sempre que tiver a chance, diga “Vai ficar tudo bem!”. Às vezes, é tudo que eles precisam ouvir, especialmente quando não souberem muito o que fazer. Ninguém gosta de parecer despreparado para cuidar do próprio filho, ser a mãe ou o pai sem jeito. E infelizmente “não saber muito o que fazer” é quase uma constante da maternidade.  Dica no. 1: Visite apenas os amigos íntimos. Caso não tenha intimidade, deixe a visita de lado e envie uma lembrança, com um belo cartão.  Dica no. 2: Presentear o recém-nascido com brinquedos destaca o seu presente em meio às tradicionais roupinhas.  Dica no. 3: Visitas à maternidade costumam ser mais breves e agradáveis, em especial se você levar um docinho para compartilhar. Essa dica é altamente pessoal! Fica o alerta para o uso do seu bom senso (bom, como em tudo na vida, né?!)  Dica no. 4: Seja breve e se proponha a ouvir! Visitas pós-parto devem ser quase como as de médico. Dica no. 5: Caso o bebê tenha um irmãozinho, não deixe de presentear a ambos. É de bom tom e evita um chorinho adicional.
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